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O risco de nova infecção por Covid-19 pela variante ômicron é seis vezes maior entre pessoas que não tomaram a vacina ou que não completaram o esquema vacinal. Isso porque a variante do SARS-CoV-2 já dominante no mundo é a responsável pela nova onda de casos e internações em 149 países, expondo principalmente quem não está imunizado, já que as vacinas comprovadamente protegem contra hospitalizações e óbitos, apontou a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Uma análise da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido feita em conjunto com o Conselho de Pesquisa Médica (MRC) da Unidade de Bioestatística da Universidade de Cambridge demonstrou que o risco de reinfecção por Covid-19 pela ômicron é seis vezes maior entre os não vacinados e cinco vezes menor entre vacinados. Os resultados do documento foram destacados em um relatório recente da OMS sobre o avanço da variante.
“Isso acontece porque a ômicron tem uma capacidade aumentada de evadir a imunidade em comparação com as variantes anteriores, causando reinfecções naqueles que tiveram uma infecção anterior e naqueles que foram vacinados e ainda mais nos que não completaram o esquema vacinal”, descreveu o relatório.
A ômicron é considerada pela OMS uma variante de preocupação (variant of concern – VOC, na sigla em inglês), que carrega mais mutações e, por isso, é bem mais transmissível. A diferença aqui é que a ômicron tem um poder de transmissão ainda maior do que as demais variantes desta categoria: delta, alfa, gama e beta.
Em seu relatório sobre variantes publicado em 25/1, a OMS informa que a ômicron é resultado de mais de 30 mutações da proteína spike do SARS-CoV-2, que tem o papel de levar o vírus da Covid-19 para dentro do organismo. A variante ômicron compreende quatro linhagens, incluindo B.1.1.529, BA.1, BA.2 e BA.3. “Algumas destas mutações estão associadas ao potencial de escape imune humoral e maior transmissibilidade”, aponta a OMS.
Estudos mais recentes demonstraram que a variante ômicron se reproduz com muito mais rapidez do que a variante delta e, por isso, ela tomou o lugar da outra VOC tão rapidamente. “A ômicron mostrou ainda ser capaz de infectar mais rapidamente os tecidos do trato respiratório superior em vez dos pulmões, o que também pode ajudar na disseminação da variante”, descreveu a OMS em seu relatório sobre variantes. Essa descoberta indica também o que pode ser uma razão pela qual as pessoas infectadas com ômicron terem uma doença menos grave comparado à delta, ressalta o órgão.
Estudos realizados no Reino Unido e na Dinamarca mostraram também que a chance de transmissão da ômicron em ambiente domiciliar é ainda maior do que nos casos de delta e pesquisas realizadas na Índia e na África do Sul relataram uma proporção maior de infecção assintomática no momento do teste entre indivíduos infectados com a ômicron em comparação com a infecção pela delta – o que dificulta o diagnóstico e o controle da infecção.
“A ausência de sintomas pode resultar em uma menor taxa de detecção e, portanto, contribuir ainda mais para a transmissão”, destacou a OMS em seu relatório semanal sobre a situação da pandemia no planeta.
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